domingo, 15 de julho de 2012
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Mudando um pouco o foco... depois de um longo período de abstinência devido a fatores acadêmicos, resolvi retornar com um texto fofo e romântico para iluminar a vida dos descrentes no amor, como eu. Espero que curtam ;)
Carta de aniversário.
Aniversários são, para mim, momentos anuais de epifania. Há sempre
uma nova constatação. Há sempre um auto-descobrimento. Sempre me
pego pensando... porque as pessoas me dão parabéns? Pelo que
elas me dão parabéns? Será que é pelo peso de mais (ou menos) um
ano de vida? Há do que se parabenizar? E quanto aos desejos? Já
parou para pensar que dar parabéns a alguém e lhe desejar sucesso é
como reconhecer que a pessoa tem mérito em algo pelo qual merece ser
parabenizada, mas tem deficiência em outros algos (como no caso, o
fracasso), que são abarcados pelos desejos?
Você só deseja felicidade e amor à quem não tem. E isso fica
claro quando alguém espirra e você DESEJA saúde a ela. Quando o
aniversariante é, de fato, sorridente e amoroso, você ressalta tais
atributos e fala para a pessoa continuar assim, sorridente e amorosa
sempre. Acho que ninguém nunca levou tão a fundo todas essas
considerações acerca do aniversário. Geralmente esse acontecimento
é rodeado de coisas bem mais importantes, como presentes e
brigadeiros. Mas o peso desse evento anual nunca passou despercebido
por mim.
Existem certas pessoas que, fugindo do padrão, não há o que se
desejar. Aquelas que você olha e vê tudo que você gostaria de
enxergar em si mesmo. Sucesso, beleza, saúde, paz, felicidade...
perfeição. Há quem diga que ninguém é perfeito. Eu discordo e
acho que tudo depende do referencial.
Muitas pessoas nascem, vivem e morrem sem marcar o mundo nem ninguém.
Sem fazer história. Uma literal sobrevivência, enquanto outros
existem de maneira contundente, marcante... A existência pode ser
analisada sob planos e dimensões infindáveis.
O mundo, plano maior onde se dá a existência, por diversas vezes,
nos ilude quanto ao nosso verdadeiro valor e, geralmente, no sentido
depreciativo da valoração. Sofremos calados diante das nossas
decepções pessoais e chegamos a nos questionar o motivo pelo qual
existimos. Ora... se por algum segundo sequer você cogitou
questionar os motivos que justificam a sua existência, eu estou aqui
para desmistificar todos os seus questionamentos e declarar com a
certeza dos números que a sua existência serve, pelo menos para uma
coisa. Essa “coisa” pode lá não ter muita importância para
você ou para o mundo. A sua existência serve para dar sentido à
minha.
E é nesse sentido que eu afirmo que basta que você exista. Não
clamo atenção, contato, amor ou paixão. Clamo certeza de que há
algo aí fora para se viver por, se sonhar com. Há esperança! A
certeza de que, no meio de gente podre e mesquinha, existe perfeição,
me dá energia para viver e ir ao encontro dessa perfeição, ainda
que inalcançável. Você é dotado de características maravilhosas.
Tudo em você, da atitude mais repugnante ao detalhe mais sórdido, é
perfeito segundo o meu referencial.
Além de espalhar seu brilho pelo mundo, além de existir nesse plano
maior, você vive muito mais intensamente num plano menor. Talvez
você nem saiba dessa sua morada. A única certeza que posso lhe dar
é que no mundo, um dia, sua existência e perfeição hão de
parecer junto com seu corpo, com o tempo, que nos consome até o fim.
Nesse plano menor, sua existência alcança a eternidade. Não
perece, não enfraquece e o tempo, em vez de consumir, lhe dá mais
vida. Você vai morar pra sempre dentro de mim.
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